O futuro do Jornalismo segundo Kenneth Lerer
Muita gente estará de olho no Huffington Post. Referência no jornalismo político estado unidense e, segundo o Technorati, o blogue número 1 (lugar que ocupa consistentemente há algum tempo), o Huff Post é um jornal de qualidade que tem existência apenas na internet. O facto de um jornal digital (e os vários investimentos de milhões, feitos por angel investers, permitiram entre outras coisas, alargar a redação, consolidando o profissionalismo que caracteriza a publicação) aparecer na lista de blogues do Technorati é um sinal interessante.
Se o The Nation tem um site que é referência, foi porque fez o percurso que normalmente fazem os jornais. Digitalizou-se. Primeiro abriu o site, porque os outros fizeram o mesmo ou porque achou que não poderia desprezar a importância de ter existência digital. Depois cresceu na internet, enquanto ia definhando no papel. Já o jornal fundado por Arianna Huffington and Kenneth Lere começou onde está: na www. Os gigantes como o NY Times têm sites gigantescos. Mas enquanto pilares tradicionais do jornalismo americano como o New York Times lutam para que a edição em papel continue, o Huffington Post não tem de se preocupar. E, além dos investimentos que depositaram dinheiro e confiança no projecto, tem para mostrar ao mundo e anunciantes quase 9 milhões de visitantes (números de Fevereiro de 2009, referidos pela Wikipedia).
Por tudo isto, quando Kenneth Lerer fala sobre o futuro dos jornais, o mundo escuta. Há que ler o que disse um dos fundadores do que é provavelmente o jornal mais bem sucedido da actulidade. A 23 de Abril, discursou durante as “Columbia Journalism School Annual New Media Lecture Series“. E usou a palavra futuro para dizer coisas como “Alguém que sussurre ou diga bem alto que o futuro do jornalismo está em causa, não poderia estar mais enganado. Estou verdadeiramente entusiasmado e optimista quanto ao seu futuro.” ou como “E mesmo se ninguém sabe como será exactamente o futuro, estou confiante que dentro de alguns anos, no máximo, o cenário das notícias será fundamentalmente diferente do que é agora, com muitos novos agentes, com alguns novos líderes, mas ainda realizando totalmente o seu propósito vital.“
Aqui no MFJEP, temos ainda menos capacidades divinatórias que Kenneth Lerer. Duvidamos, de forma ponderada, que o futuro dos jornais impressos não tenha um peso determinante no futuro das notícias, na sua difusão e na sua qualidade. Mas seguimos com atenção o que se vai passando. E aconselhamos a leitura das palavras do homem por detrás de um caso de sucesso, que, ainda assim, não está neste afã angustiado dos que ainda tentam tornar viável o jornalismo impresso.
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